As Maurícias aspiram a tornar-se uma ilha sustentável e eco-responsável, e esta empresa local está empenhada em ajudá-la a chegar lá. Destaque para a BEM Recycling, uma empresa familiar que se dedica à reciclagem de resíduos eletrónicos e elétricos (REEE), que merece ser reconhecida.
Palavra-chave: Reciclagem
A empresa opera em La Chaumière em Saint Martin desde 2017. Adota uma política de zero aterro, o que significa quebrar, reciclar e reutilizar todos os REEE recebidos. A BEM Recycling também investiu em equipamentos de última geração para processar todos os tipos de REEE, desde os menores — como celulares — até os maiores — como máquinas de lavar e arcas frigorificas.
Para além de oferecer serviços de limpeza, reciclagem e desmantelamento do lixo, a BEM Recycling acrescenta valor aos produtos, transformando-os em materiais secundários. O seu velho congelador pode ser facilmente utilizado para produzir componentes resistentes e úteis, como paletes de plástico ou agregados de vidro. Para evitar qualquer desperdício, alguns componentes são exportados para a Europa. Graças a uma “taxa de reciclagem”, paga antecipadamente aquando da entrega dos resíduos, uma parte dos custos de transporte, logística e mão de obra de exportação fica coberta.
Aumentar a consciência ambiental
“A gestão e triagem adequadas de resíduos ainda não fazem parte da cultura mauriciana. É por isso que a BEM Recycling incentiva as pessoas a adotarem práticas de gestão de resíduos mais sustentáveis”, enfatiza Thierry Malabar, Gerente de Projeto WEEE.
A empresa recebe regularmente alunos no âmbito de campanhas de sensibilização ambiental. Também oferece serviços de consultoria para ajudar os mauricianos a entender melhor os processos de reciclagem e encontrar alternativas sustentáveis.
Enfrentando desafios
Infelizmente, esta empresa familiar enfrenta uma série de obstáculos. Em primeiro lugar, há muito poucas empresas locais dispostas a reutilizar materiais reciclados. Portanto, os materiais secundários devem ser exportados. O baixo volume de pedidos, no entanto, resulta em baixos lucros para a empresa. Além disso, a legislação inadequada de gestão de resíduos complica o processo. A separação dos resíduos na fonte, por exemplo, deveria ser melhor organizada, seja nas empresas ou em casa.
A equipe responsável pela implementação do subcomponente AIODIS (Apoio à coordenação entre os Estados Insulares em Desenvolvimento da África e do Oceano Índico) do projeto SWIOFish2 — financiado pelo Banco Mundial — organizou uma visita à BEM Recycling. A viagem foi realizada por ocasião da Reunião de Alto Nível realizada nas Ilhas Maurícias em dezembro de 2022. Uma missão de intercâmbio de conhecimentos, com a participação de autoridades políticas, bem como representantes do setor privado dos países da AIODIS, está prevista para Agosto de 2023. O objetivo deste intercâmbio é compartilhar a experiência da BEM com a AIODIS, visando possíveis parcerias no setor de tratamento de REEE.
Confiante num futuro melhor, a BEM espera o apoio do Estado, do setor privado e de todos para gerir melhor os seus resíduos e adotar uma forma de pensar mais verde.